Sergipanidade
Antigamente o dia 24 de outubro era marcado pela posse dos governadores do estado de Sergipe feita no palácio Olimpio Campos, mas a festa popular era na Praça Fausto Cardoso com a presença dos:
Lambe - Sujos e Caboclinhos
Chegança
Os Cacumbis
Os Samba de Coco
E dos Reisados
Após a solenidade, acontecia um baile no Palácio e cantos e danças do povo na Praça Fausto Cardoso.
Tempos depois, a data das posses foi mudada, mas a praça continuou sendo o cenário escolhido para as apresentações que representam a nossa identidade cultural.
Dizemos que 24 de outubro é o Dia da Sergipanidade. Afinal, que é essa tal Sergipanidade?
A ideia veio do intelectual sergipano, Silvio Romero, importante defensor do orgulho pelos elementos formadores da nossa identidade. Trata-se da identidade cultural, da presença das nossas tradições que vivem na alma do povo e que representam o nosso falar, as nossas catingas, os nossos costumes e nossa religiosidade.
A respeito dos elementos formadores, estes devem nos acompanhar não apenas em um dia, mas em todos os dias do ano, em todos os lugares, visto que estão à nossa volta e precisam ser respeitados e defendidos. Precisamos trabalhar pela sua salvaguarda!
Nossas homenagens vão para:
- Os brincantes do Lambe – Sujo
- Taieiras
- Chegança
- Cacumbi
- Samba de Coco
- Samba de Pareia
- Samba de Aboio
- Reisados
- Guerreiro
- Langa
Quando falamos em Sergipanidade estamos a falar também de poesia popular e isto me faz lembrar de Mestre Oscar, capitão da Chegança Almirante Tamandaré de Laranjeiras que por 45 anos participou do folguedo tendo iniciado como calafatinho. Mas não só na Chegança a voz de mestre Oscar se fez ouvir; no ciclo junino também.
Versos:
Quando for baixar a cova
O teu corpo em um caixão
Em vez de terra por cima
Botarei meu coração
No tempo que eu cantava
A minha voz se arritmia
Eu cantava em Laranjeiras
Em Aracaju se ouvia
Riachuelo vale um conto
Maruim um conto e cem
Laranjeiras vale mais
Pelo pessoal que tem
Menina dos olhos claros
Deste alvo de marfim
Na hora que está dormindo
Dê um suspiro por mim
Eu não vou na sua porta
Porque tem muita ladeira
O seu cachorro é muito bravo
E sua mãe é faladeira
Versos:
Quando for baixar a cova
O teu corpo em um caixão
Em vez de terra por cima
Botarei meu coração
No tempo que eu cantava
A minha voz se arritmia
Eu cantava em Laranjeiras
Em Aracaju se ouvia
Riachuelo vale um conto
Maruim um conto e cem
Laranjeiras vale mais
Pelo pessoal que tem
Menina dos olhos claros
Deste alvo de marfim
Na hora que está dormindo
Dê um suspiro por mim
Eu não vou na sua porta
Porque tem muita ladeira
O seu cachorro é muito bravo
E sua mãe é faladeira
Coincidentemente, o dia da Sergipanidade é comemorado no mesmo mês que o dia das Crianças, vamos então unir as duas coisas. Mesmo porque, o lúdico presente no mundo das crianças faz parte da formação de nossa identidade.
Por isso, destacamos também as cantigas de roda, que as vozes das crianças eternizam.
Fui no Tororó beber água
Não achei
Achei linda Morena que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
Oh, Mariazinha
Oh, Mariazinha
Entra nesta roda
Ou ficarás sozinha!
Fui no Tororó beber água
Não achei
Achei linda Morena que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
Oh, Mariazinha
Oh, Mariazinha
Entra nesta roda
Ou ficarás sozinha
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota
Deixa ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue-zigue-zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue-zigue-zá
As matrizes de nossa cultura são basicamente portuguesas, africanas e indígenas. Tudo isso nos deu a cara que chamamos hoje de cara sergipana, que Silvio Romero começou a apontar nos idos de 1800, mostrando que nós somos o resultado desses cantos, dessa forma de falar, pensar, cantar e brincar.
O brincar é de grande importância na vida das crianças, pois assim elas descobrem o mundo e se enriquecem com ele.
Cascudo costuma dividir as brincadeiras e os objetos do brincar. Como a pipa, o bambolê, a bola, a corda, a boneca, todos objetos, que na mão da criança, possibilitam um brincar
A peteca que é um grande exemplo de influencia indígena
Pião
essa é muito importante, nos chamamos pinto-galo, que é feito com cinco pedrinhas, no Rio grande do sul ele chamam cinco Marias. voce joga para cima e pega com a mão uma das pedras até voce pegar todas as quatro, eu acho que essa brincadeira desenvolve muito a motricidade fina
Bolas de Gude
Aqui temos um yo-yo, por exemplo é português, mas nós podemos encontrar aqui em nosso mercado essa brincadeira com um movimento feito por um cordão entre duas plaquetas de madeira
Esse brinquedo é conhecido aqui em Sergipe como Cigarra ou Roi-Roi, ele faz uma interessante zoada, por que ele tem um breu e quando você movimento e ele faz um som ampliado pela caixa de ressonância no próprio brinquedo, é um muito fácil e nós também achamos em nosso mercado
Toda essa diversidade de brincadeiras, brinquedos, de influencias e origens diversas precisam ser valorizadas, pois todas fazem parte da nossa Sergipanidade!